Meus amigos...
Uma das razões pelas quais nós fundamos a ADDP,
foi para aprendermos o que é democracia directa!
Para aprendermos juntos...
Para se aprender algo, é necessário adquirir uma linguagem, é preciso definir o que as palavras significam, por exemplo:
O que é um representante político?
Diz-se que em Portugal temos representantes políticos. Será que isto é verdade?
O que é um representante?
1- um representante tem de ser escolhido pelo representado!
Aquela pessoa que me representa, têm de ser escolhido por mim. Tem de ser uma pessoa que eu conheço minimamente, e em quem confio!
2- um representante tem de ter um mandato!
Ou seja, ele tem de saber o que eu quero exactamente, e tem de representar a minha vontade, e tem de a representar exactamente como eu quero, e de nenhuma outra forma.
3- caso eu tenha dado um mandato específico ao meu representante, e ele não faça exactamente o que era minha vontade, eu tenho de poder retirar-lhe o mandato e processa-lo...
Portanto em democracia directa podem existir representantes... desde que actuando de acordo com a vontade do povo, e nunca podem ter o poder de tomar uma decisão de acordo com a sua, ou a vontade de outros...
A nossa associação está concebida para funcionar num sistema de democracia directa...
A assembleia geral toma as decisões, e os órgãos eleitos, executam a vontade expressa dos associados!
Agora... a DD, começa no cidadão e parte do cidadão...
Não começa em Lisboa nem parte de Lisboa...
A DD, não pode nunca começar no parlamento, nem no governo... porque parte do indivíduo para o topo, e não do topo para o indivíduo...
Nunca poderá existir uma democracia directa por decreto, porque se hoje fosse decretada uma democracia directa, ninguém sabia como agir, ninguém saberia o que fazer ou como fazer...
Foi o que sucedeu em 1975... deram uma democracia aos portugueses e nunca ninguém a usou para nada, a tal ponto que uma dúzia de patos bravos, tomaram conta dela e sequestraram-na...
Democracia nem se dá nem se recebe, nem se conquista, democracia pratica-se..!
... e a democracia directa, só existe se for praticada, e se for praticada existe!
Muitos têm perguntado como tencionamos implementar a democracia directa em Portugal...
A partir do momento em que pessoas suficientes a praticarem, a democracia directa passa a ser uma realidade, independentemente da constituição ou da lei vigente... o difícil é entender isto... e a dificuldade reside no facto de em Portugal nunca ninguém ter praticado democracia nenhuma, em Portugal não existiu nunca democracia porque as pessoas não a praticam...
Mas como se prática então a democracia?
A primeira coisa que tem de existir, é um sistema de organização, em que as pessoas que têm ou vêm problemas, possam apresentar propostas de solução, e votar estás por forma a terem uma solução.
Esta associação pretende ser essa organização!
... assim que tenhamos soluções, decididas por nós todos em conjunto... apenas surge a questão de sermos em número suficiente para exigir a sua aplicação...
A nível nacional existe um número; 2 milhões de cidadãos que exijam uma coisa serão ouvidos!
Porque 2 milhões?
Porque 2 milhões de pessoas organizadas, decidem qual o partido que ganha as eleições... portanto o partido do governo se tiver pela frente 2 milhões de cidadãos, não se pode dar ao luxo de que estes 2 milhões votem num outro partido para os tirar de lá.
Ora 2 milhões de pessoas é muita gente..
E como eu disse, a democracia começa no cidadão, e do cidadão para cima...
mais perto do cidadão estão as juntas de freguesia... onde o número de pessoas necessárias para ter força negocial é muito mais baixo do que 2 milhões...
Portanto é por aí que temos de começar a praticar a democracia directa.
Isso significa identificar problemas concretos nas zonas onde vivemos. Problemas de estradas, esgotos, fornecimento de energia, água, problemas nas escolas, nos postos médicos.
Identificar os problemas e apresentar soluções, e tentar mobilizar a população dessa região, para exigir a solução desses problemas concretos...
Isto é praticar democracia!
Isto é exercer poder real, a favor das pessoas!
Isto é as pessoas, a exercer poder real, a exercer democracia... a democracia é algo que quando praticado, muda as coisas... traz benefícios.
E as pessoas sentindo os benefícios, sentindo o poder real que exercem... vão entender o que é a democracia, vão querer mais benefícios, e vão dizer:
Assim como conseguimos isto, podemos conseguir muito mais...
Assim que se começar a ver que o exercício da democracia é exercício de poder real, as pessoas vão entender que unidos, organizados, com métodos de trabalho, podemos conquistar benefícios reais...
O sucesso de uns, vai ser a motivação de outros, para fazerem o mesmo...
E por este sistema vamos atingir os 2 milhões necessários para termos poder negocial a nível nacional...
A democracia directa, começa quando grupos de cidadãos organizados, começarem a mobilizar as pessoas de uma zona, para exigirem benefícios concretos a que têm direito... e assim que isso começar, está a democracia directa a funcionar, a crescer, e a aumentar...
A DD, não precisa de ser decretada, precisa de ser praticada para que exista... e basta ser praticada para existir, ganhar força, ganhar e exercer poder...
democracia directa é poder exercido pelos cidadãos, agora cada um de nós sozinho, não tem poder nenhum, juntos... temos o poder todo... o poder dos governos é matematicamente de 2 milhões de votos...
Isto significa que 2 milhões de cidadãos, têm mais poder que qualquer governo.
Vamos mostrar a 10 milhões, que quem se mexe, quem exige coisas concretas, de forma organizada, as consegue, e eu não tenho dúvidas que pelo menos 20% dos 10 milhões vão entender e vão querer também conseguir coisas concretas...
O ser humano não se define nem pelo que diz nem pelo que escreve, mas sim pelo que faz!
Quem quer fazer coisas, estabelece objectivos, quem não quer fazer nada, apresenta desculpas!
Rui Pedro F. Loureiro
Se democracia quer dizer o direito do povo de participar na determinação de seu próprio desenvolvimento e futuro, são as constantes barreiras e limitações legais a esse tipo de direitos criados pelas Monarquias e Repúblicas, que infectam o seu propósito. Os erros, os crimes, a corrupção, o abuso de poder, são tantos os casos, que só por masoquismo o povo continua a suportar tais formas de governo!
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O que o Rui Pedro nos propõe é que a democracia directa se instale paulatinamente na Nação por um processo de osmose em que a ADDP funciona como membrana. É uma ideia inovadora que eu desconhecia totalmente. Quanto a uma DD com representantes políticos tenho sérias dúvidas, seja do ponto de vista teórico ou filosófico. Poder-se-á admitir numa democracia semi-directa em fase de transição.
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