SOBERANIA POPULAR
Quantas mais gerações passarão para questionar esta democracia,
não como forma de organizar a sociedade, mas como o instrumento
certo para lhe dar voz? Afinal o que é esta democracia sem soberania
popular, uma mera ilusão, uma máscara, um imenso disfarce para os
políticos obterem o apoio do Povo?
Se é o Povo que deve ser colocado no topo da pirâmide social e essa
é a noção de soberania que todos queremos, com a legitimidade que
reside na participação directa e nas tomadas de decisão, com o
controlo absoluto de um país, com o respectivo reconhecimento e
respeito internacional, como podemos nós Povo continuar a alimentar
e a legitimar a dependência nos partidos políticos, desistindo da
nossa emancipação democrática?
A democracia representativa foi adoptada e criada por padrastos
ricos, vulgo “Partidos Políticos”, e apadrinhada por grandes
grupos de interesse económico, com suporte jurídico-constitucional
suficiente para não lhes ser jamais retirada a tutela, muito menos
libertar-se das grilhetas que a prendem. A democracia representativa
é a besta que nós do Povo fomos instruídos a alimentar
regularmente de 4 em 4 anos, não nos é permitida proximidade com
ela nem muita interacção e se não a tratarmos bem vira-se contra
nós.
São os representantes eleitos dos partidos políticos (deputados),
os únicos que estão autorizados a usarem as tetas desta democracia
para a criação de novas leis, sem a intermediação dos cidadãos,
ou seja, sem a participação directa do povo, que deveria ser
consultado sobre qualquer tema, lei ou política pública. A
“disputa” nesta modalidade de democracia dá-se apenas entre
partidos políticos ou candidatos, com base nas suas ideologias e não
em torno das vontades do Povo.
Três mecanismos de participação directa foram propositadamente
esquecidos, ou mesmo ignorados, são eles o Plebiscito (decreto da
plebe), o Referendo, e por último a Iniciativa Popular. Estes três
simples mecanismos permitiriam que todos nós (o Povo) conseguíssemos
expressar nossas vontades, sem a interferência dos partidos
políticos dos seus “Capos”, “Consigliere” e restantes
“Associados”. Infelizmente, até mesmo das poucas vezes que esses
três mecanismos foram usados, a mão (nada subtil) dos que sempre
estiveram no topo da pirâmide, ficou latente.
Negar que só a soberania popular é capaz de democratizar o Estado,
é negar que as leis e as políticas deste país poderiam ser melhor
estudadas e escolhidas mas também legitimadas. Negar a soberania
popular é permitir oportunismos, privilégios, benesses e corrupção,
naqueles que estão no topo da pirâmide social. Por outro lado,
permitir a soberania popular é legitimar a política, é garantir e
melhorar a qualidade de vida de todos.
Afinal
o
que são as
nações, de quem são as nações, para que servem os governos das
nações?
São o Povo, do Povo, para o Povo.
São o Povo, do Povo, para o Povo.
Isto
é Soberania Popular!
Mário
Barbosa
Concordo com o texto publicado sob o título "Soberania Popular", e acabei de aderir com a expectativa de conhecer melhor a proposta, e avaliá-la na genuinidade. Há muito que clamo por uma democracia participativa ou directa, e por um instrumento jurídico para controle dos actos políticos e do funcionamento das instituições, a que deverá ser agregado outro instrumento com poderes legislativos, por forma a suspender, revogar e criar um corpo jurídico coerente com o interesse das massas. Também sabemos que é muito urgente a implantação de um regime económico produtivo e inclusivo, que contribua para o alívio da asfixia determinada pela dependência das importações acentuada pela elevada dívida externa, face ao insuficiente valor das exportações, constrangimento que dura desde o golpe dito democrático e tem comprometido a soberania nacional. Vou ler com interesse e a brevidade possível as peças aqui publicadas, com expectativa pelo meu enriquecimento pessoal.
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